terça-feira, 3 de setembro de 2013

Nos últimos dias, por causa da Lusitânia, tenho tido muitas conversas acerca do que fazer aos textos que se recebe.

Para simplificar, vou resumir os dois extremos em consideração.

Por um lado há uma forte tendência para "corrigir" aquilo que achamos que não está bem num conto, aproximando-o da idealidade do editor. Se por um lado isso permite aprimorar uma obra, tornando-a melhor para o leitor, por outro corre-se o risco de ao cortar as gorduras matar o porco. Ou seja, se fôr levado longe de mais pode abafar a voz do autor, não dando a possibilidade do público apreciar os seus defeitos e qualidades.

Por outro lado, uma protecção excessiva do texto (a minha abordagem pessoal) pode fazer com que o texto não seja polido até ao seu máximo potencial, perdendo-se a oportunidade de presentear o leitor com a "versão-melhorada-segundo-o-ponto-de-vista-do-editor" do texto recebido.
 

Estas questões ganham ainda mais relevo no sentido em que sou um editor amador, movido pela paixão de criar um espaço de literatura que sirva de montra, laboratório e entretenimento tanto para escritores como para leitores.

O que acham vocês?

Adenda: Imaginemos que o livro é bom, mas não irá ser popular. Uma editora é um negócio, mas também tem como objectivo produzir arte. É um um equilíbrio delicado e com bastante em jogo. Gostaria de poder ouvir histórias de pessoas mais experientes nestas andanças.

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