domingo, 9 de março de 2014

A Noite de Lorde Byron

Estou cansado, ainda da fantástica noite que passei ontem diante de uma mesa de ferro rodeada de colegas escritores, cada um entregue aos seus contos. Uns escreviam a papel, outros no computador, outros ainda num regime misto. Estávamos numa oficina, onde noutros dias se costurava e trabalhava a madeira, mas que, naquela noite dedicada a Byron, se burilava a palavra.


Ao toque horário do sino descíamos ao andar de baixo para buscar mais um café, mais um chá, mais dois dedos de conversa na noite fria que exigiu que utilizássemos todos os aquecedores disponíveis.

Começámos a noite com um conjunto de curtas metragens, de autores nacionais e estrangeiros. Seguiu-se de um pequeno intervalo onde os autores circularam pela banca de zines e a da Fyodor Books. Nos minutos seguintes ouvimos o João Reixa a declamar poesia, encantando-nos com as palavras de Edgar Allan Poe, Soares dos Passos e Sophia de Mello Breyner.

Seguiu-se a assinatura de um compromisso: naquela noite todos fariam os possíveis para terminar um conto de terror. E foi isso que aconteceu. É bom estar rodeado de escritores enquanto se escreve. Talvez seja uma espécie de empatia de remador de galé romana.


Só num grupo de escritores se vê isto:

- Mal chegavam à Taberna das Almas, uma espécie de força magnética os atraia para o conjunto de estantes recheadas de livros.
- Quando as forças para escrever se esgotaram, por volta das 3h da manhã, depressa se mergulhou numa tertúlia dominada por histórias mais ou menos fantasiosas.
- Os que ficaram até às 6h30 entreteram-se com jogos narrativos improvisados, confiando unicamente na palavra e uns lançamentos de moeda para imaginarem uma história em conjunto.

Espero que o evento se repita, mais e melhor. 

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